segunda-feira, 26 de abril de 2010
livre opção
escrevo de olhos fechados
que é pra nenhuma linha
me enganar
como se as palavras
possuíssem algum caminho
poesia se conduz
como quem se explode suave
e borboleta o ar
trepidando o mundo
com asas imaginárias
voo do abarca tudo
quinta-feira, 15 de abril de 2010
olhe,
aquele arquipélago de idéias
pintado à fantasias sobre seu corpo
foi inundado quando nos olhamos
o silêncioso brotar de lágrimas
alargou o horizonte febril das palavras
e o que era tão solitário silêncio fluxo
da vacilante ponte pensamento/língua
foi nobre intensidade cor
da impalpável compreensão
olhos nos olhos
olhe nos olhe
o olho universal
no olhar que olha
e enxerga o olho
da verdade
visceral escancaro
da visão epifania pura:
nós
domingo, 11 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
marginal
não faço por menos
pois sempre pensei a mais
(mais torto)
há vezes que me sinto menos
mas fico sereno
por não ser apenas um a mais
(mais livre)
se sou um a menos
sei que na minoria
sou um a mais
(mais fluxo
força)
todos os menos
são sempre mais
(mais intercessor
passa!)
e quanto mais dos menos,
mais todos os menos são todo o tudo
(mais mais)
tudo a menos
é sempre tudo a mais
(tudo devir)
ou simplesmente
o tudo
quinta-feira, 1 de abril de 2010
loucura à vontade
sangue é seiva bruta
passeando de pés descalços
sobre o asfalto sujo
borrando em cores
a opacidade vaga do tempo
para abraçar a largueza do espaço
pluma que voa só
pois sabe que todo voo
é pó
que destila em grãos cada minuto
diluindo ampulhetas à marteladas
pois sempre que se sangue,
vida
sangue seiva brutal
por não ser nenhum saber
saber só que
tudo
simplesmente
é
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