crio animais divagados
no vão dos pensamentos
são ruidosos, porém, estanquesestancados
no asfalto que trilha
a pele de meus braços
que ora
caminham vendados
caminho pelos braços
se esgueirando no ar
os dedos, sinapses,
ou engrenagens de fazer sentir
aí teve aquele dia,
curva na direção das nuvens que me choveriam
e em plena performance de meus gestos insones
não pude mais chover
os canteiros em minha pele
já invadem o asfalto
inventando-se ansiosas ervas daninhas que se esparramam
buscando vidas, outras roupas, novos reais, umidade, sorrisos
e talvez até
água
agora
coço as costas em mesa de bar e esqueço de falar
ou olho pros olhos de alguém que fala
e só vejo os olhos
me perco nas palavras
danço estático
na tessitura sutil de alguns nadas
que me percorrem e se perdem em tudo
meu olhar
é como um animal
no asfalto
está nu
basta olhar
Um comentário:
estou vendo o asfalto correr em seus poemas
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