essa vida,
coisa que nos
pega pelos olhos
e nos arranca da cama
estridentes como os raios
de sol da manhã
não deve ser levada
a sério
deve ser levada
como as moedas
trocadas
levadas no bolso
prontas para o que
der e vier
na veneta dos dias
na veneta dos dias
dá-las
na padaria
para a última fornada do
pão-com-café-da-manhã
ou
para o crackeiro sem pão
da sola do pé quente
na brita do asfalto
na brita do asfalto
que todos pisamos
e deixamos, inadvertidos,
caírem sempre
as moedas
do bolso
as moedas
do bolso
Nenhum comentário:
Postar um comentário