quarta-feira, 17 de março de 2010

RIZOMA


meu peito se autopromoveu a tubérculo
e daí em diante tudo alucinou-se terra

não sabia mais por onde ir,
por isso fomos para todos os lados
ao mesmo tempo

tecemos o livre mapa das possibilidades humanas

e lá,
tudo
era o fora

o dentro
era o sempre

e o nada
era um tanto

bebemos todo o pote em silêncio
e arrotamos sete cores para o mundo

pois perto dos pés
tudo é ouro
e na terra
que vacila
o nada pode tudo.

3 comentários:

João A. Quadrado disse...

[que mundo sóbrio em palavra ébria; tem fúria, tem nó para desapertar, tem!]

um imenso abraço, Diógenes

Leonardo B.

através disse...

tanto sendo tecido por dentro



Amor, te dou um casaco de lã que te teci aqui dentro

corres pela tempestade

chegas repleto ao fogo, estamos em volta, te esperamos brindando nossos tecidos com vinho

nossos pés se encharcam e na terra,
a dança

esquento a água no fogo
vou tecendo linho de fios finos no peito
eis um pano trançado, lindo, alvo, seco
penduro nos ombros

banho seus pés com água quente
eles se envolvem no linho

rindo, chorando, Somos

estamos todos quentinhos, amando

Geraldo Brito (Dado) disse...

Bonito, poético...