sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Um loiro choro.

Estou com sono. devo eu chorar?
sozinho. amar?
cansado. dormir?
dormindo. sonhar?
sonhando. chorar?
amando. acordar?
acordado. chorar?
Estou sozinho. devo eu dormir?

boa noite aluc[i]no.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Poeira leve



Frio. Muito frio.
Dia cinzento.
Procura-se um horizonte,
nele há galhos
retorcidos
quebradiços.
Não há apoio. Frágil horizonte.

Frio intenso.
Ele sopra na nuca
estremece o corpo
desce para o estômago.
Precisa-se de um cobertor,
não desses de tecido,
e sim daqueles de orelha.
Respiração forte. Úmida.
Calor nos poros.
Esse cobertor.

Insônia.
Tenta-se contar carneirinhos,
mas eles não estavam lá.
Nem sobrenome tinham.
Talvez tenham virado cobertor para outro.

Solidão é realmente uma palavra aumentativa.
Já sozinho,
é diminutivo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sombra



Eis que o ardor do sol
toca em minha coluna
e atinge minha alma.

Sinto-me mais desperto
e lembro-me da seca
que assola famílias sertanejas
e as deixam
corroídas de falta d'água
e irradiadas com o calor em brasa
que as ferve na pele.

E ainda há alguns
com a audácia de me dizer:
"Busque seu lugar ao sol."

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Olhe, sinta!

Cada um de nós portamos desavenças internas,
Carregamos em nossas caicholas reflexões intermináveis,
Como esperando pela chuva num deserto.

Como então insurgir diante de nossos monstros?
Como dissolver tantas incongruências,
E sair dessa coisa que cola e incomoda.

Façamos voar a fênix de nossas cinzas inseguranças.
Bom dia. Boa tarde.
Como vai seu João? Como vai seu Eu?

Que brote da amargura, o amor!
Que surja do desencanto, perspectivas!
Que seja iluminado o espírito!

É você no mundo!
Mais infinitos elementos que o circundam
e são potencialmente capazes de te abrir a visão.

Os monstros são feitos de nada!
As pessoas, as nuvens e as borboletas não!

Bom dia!

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Quase



E cá estou novamente,
tentando usar palavras.
Mas pra quê?
Se a corrosão é tanta,
que mal consigo estruturar um pensamento.
Se o choque é tamanho,
que nem consigo me levantar.
Palavras pra quê?

Essa é só mais uma poesia jogada fora.
Quase perda de tempo.

Eu disse quase.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Para Brincar



Dê pressão
para implodir a alma.
Pois é necessário pressão interna
para o grito contido
e pro pensamento sujo.

Aí sim,
a alma implode
e o mundo explode.

E aquela criança
daquela amarela infância
ressurge através de um riso,
o riso da própria tragédia.

Agora brinca.