segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Barros

Sem papel e sem palavras
tirou a consciência da mão
e a janta do pé
mas ficou dentro disso
a poça que estava no pé.
E a janta mofou
a consciência pesou
fora de si estou.

A poça do pé
o poço fundo
escuro, não se vê nada.
Lá embaixo o nada
imerso em barros,
Manoel me disse
pra não perder o nada
fui lá embaixo buscá-lo
pra ter algo importante.

Palavras em acordes
me dançaram
enlameado do poço
mofado da janta
as pessoas da sala

ao saírem,
me passaram o saleiro
e eu, claro,
mirei-o em nada.
Estava dançando no escuro,
com sal.

Nenhum comentário: