terça-feira, 7 de abril de 2009

Elogio de duas pernas ao mundo do trabalho S/A.


tiro no pensamento,
vapor de sangue
saindo por entre
os giros e sulcos cerebrais.
pronto-socorro!

mentira!
era um deja-vu.

acordei bem.

no leito do hospital,
a meu lado,
na mesa de dissecação,
uma máquina de custura
e um guarda-chuva.

na sala de espera
toda a amplitude
de meu intestino
agora, multi-colorido

pendurado pelo ambiente
em uma instalação
de Oiticica.

os médicos
tropicalizados
tropeçavam
se enrolavam
e arrebentavam o intestino.

fezes pra todos o lados
como confete no carnaval.
diversão infantil
eles riam, sinceros, inocentes.

aguardavam em febre
os doentes
que atiravam halopáticos
lá do 7º andar
uma profissão séria

de carga intelectual
que exige formação.
não é pra qualquer um
atirar halopatia na sarjeta.


afinal,
sejamos surrealistas,
nada é real
só o banal.

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