quarta-feira, 2 de março de 2011
posição política
a poesia
enquanto função social
deve se esquecer de ter função,
borrar as cores sociais,
esquizofrenizar o que já é nonsense,
ignorar tudo que faça algum sentido,
imprimir nos poros da vida
apenas rugosidades,
nuances desapercebidas de contrasenso
que se irrompem
onde não devem,
revolucionam microssegundos de tempo
cavando ali furos atemporais
a poesia
deve ser buraco negro antropofágico
que tudo deglute
afim de sorver
saborescências inéditas
desimpregnadas de tanto mofo
dum passado transviado do avesso
que é assassinado
a pauladas de gemidos estridentes-sexuais:
poesia-tesão, a estaca zero da vida
a poesia
não tem função
não há função na poesia
mas na moça virgem embriagada do recato paterno
descarrila o trem do pecado
e engravida o mundo
com um sutil veneno-bomba-relógio
que explode com doce transgressão
a família universal de todas as eras
e isso
nunca foi função poética,
isso
é
trans
mutação
estética
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3 comentários:
bravo bravo braso, cara... é disso que estou falando; é dessa inutilidade a que me presto quando escrevo, e nós transamos com as palavras e na transa não há função, não há necessidades...só tesão.
Caralho...
Uou Dioguin, te contar que você se superou nessa, lindolindolindo
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