terça-feira, 10 de abril de 2012

dinamite


singularidade torta:
um pelo encravado na sola do pé

não era mesmo pra isso existir

mas as fabulações
conspiram novos prédios
nas cidades
que mofam as paredes dos quartos

e quebram suas vidraças

pisou em cacos e fugiu
e os pelos encravados sangrando vidro
nos mármores frios
do bolso vazio da calça

as moedas caem futuros
e os pés não aguentam,
alucinam pelos que se encravam

inflamação latejando as dobras do mundo

o pus amarela frágeis horizontes
desses dias desadaptados

fugiram todos para a ilha de manhattan
procurar drummond

mas foi o pelo encravado
que se dinamitou

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