um pelo encravado na sola do pé
não era mesmo pra isso existir
mas as fabulações
conspiram novos prédios
nas cidades
que mofam as paredes dos quartos
e quebram suas vidraças
pisou em cacos e fugiu
e os pelos encravados sangrando vidro
nos mármores frios
do bolso vazio da calça
as moedas caem futuros
e os pés não aguentam,
alucinam pelos que se encravam
inflamação latejando as dobras do mundo
o pus amarela frágeis horizontes
desses dias desadaptados
fugiram todos para a ilha de manhattan
procurar drummond
mas foi o pelo encravado
que se dinamitou
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