sexta-feira, 6 de abril de 2012

quando os padres assumiram seus cadáveres


assalto na vertigem do olho
o projétil voa certeiro
em direção ao alvo mirado

dois pássaras caem vivos
no horizonte

finitude às avessas

os alaridos do coração
ecoam na paisagem que se descongela
ante a janela aberta das sensações

utensílios urbanos
não nos servem mais

as janelas
esgarçam a carne vibrátil do tempo

transgressão dos ponteiros
nas torres das catedrais
que caem raios
nas calçadas

nossos padres não querem mais estar vivos

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