segunda-feira, 4 de maio de 2009

há braço


quer ouvir minha voz?
chegue perto de minha nuca
sinta meu cheiro
o torpor de um abraço

abraçados,
inspire
expire
arrepio
inspiro
expiro
você me ouve
pelos pêlos
enrigecidos

- quando a carne quer se mostrar,
sai de dentro de nós
pelos pêlos, que se enrigecem
como mera defesa da voracidade
ensaiando uma ode à suavidade -

pela pele
nossa sinceridade pura

- a pele nunca mente -

um gemido de poros
e olhos fechados
abraço gana
respiração minha
coração seu
compasso nosso
em uníssono.

um abraço:
o universo é assim
todo o resto é mentira.

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