para syd barrett
dias de solidão
para fotografar
o enlouquecer-se
uma fusão dos suados vincos da pele
embevecidos de sol
com
feixes solares de fim de tarde na janela
e a poeira que os flutua
a pele agradece em frenesi
o banho é um pecado mortal
dias assim devem ser
regados à paraísos artificiais
cama, chão, lençol
e as paredes
e eu rolando nu pela casa
até flertar com o espelho
e em um sincero monólogo ao pé do ouvido
tento convencer meu reflexo
ele tinha que se entregar a mim
doar-se
dar-se
pra loucura ser sublime
uma transa refletida
transmissão dual
mas com o monólogo
o espelho embaçou
e vi meu reflexo escorrendo
ralo abaixo
lindo isso de se olhar no espelho
e não ter mais reflexo
tive que
abrir a porta de casa
e ir correndo abraçar alguém
sentir-me pela pele de outro
eu
2 comentários:
enra
poema lindo, cara
"sentir-me pela pele de outro"
foda
abração, vou te lendo
o espelho não tem razão como imagina..reflexos se originam de coisas infinitas...e os outros então, podem sentir-nos como somos?
Curti...Belo poema!
Postar um comentário