sexta-feira, 14 de agosto de 2009

pescaria e mergulho


há olhares que de acordo com o rio
deixam-se levar pela mata ciliar
e esquecem de se banhar

não que a mata seja ruim,
ela ainda cheira verde
espera signos e transpira sol

mas em um rio
os olhos ganham significado
de performance

perfeita forma da água
e o olhar se mergulha
criando encanto de luz
ao dialogar com sombra

os olhos deviam ser água mesmo
pois ao derramarem sensações
em um banquete de cautela
adquirem espaço forma de outrem
e o silêncio flui

os olhares tinham que ser o outro

mas que graça teria
olhar e não ter a delicadeza
do desvendar e se aventurar
em um rio que se resguarda?

isso é eterno

Um comentário:

Rene Serafim - "Juninho" disse...

"O rio deve estar mais gordo. Escutei um perfume de sol nas águas." (Manoel de Barros)

Bacana essa poesia Diogo.