segunda-feira, 24 de agosto de 2009
poros feitos de Barros
domingo inteiro
escutando os poros
da pele
conversarem entre si
uns suavam
achando-se no privilégio
de nascentes
outros tinham aspirações
à pedra,
ou no máximo a musgo
desses de úmida pretensão
na nuca,
uns gorjeavam cores
tanto de relva que grita
quanto de lama em silêncio
poros peitorais
têm mania de árvore
e só respiram sol,
pois, à noite,
acasalam-se com o luar
num belo ritual
de ventos e pêlos em folha
cada um
com suas meditações,
desvairios e gemidos
de repente
todos se calaram
e ouviram um solitário
poro de dedo de pé:
- ser em qualquer forma,
desde que vegetais
queiram nos ser.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Bela construção...
Que os poros de Barros leiam essa poesia.
Postar um comentário