há
fungos linguísticos
nos copos dos deuses
que se embebedam
com as palavras
que transam
línguas
as línguas do mundo
as línguas do absurdo
então as preces foram atendidas
postes de luz estão todos derrubados,
são clandestinos das calçadas
e
cacos de vidro no chão
não mentem suas lâmpadas
no escuro
só o que importa
é o silêncio que há
no miolo da palavra silêncio
já é noite nas palavras
dormentes dos sons,
as línguas sentem sono,
não falam mais,
lambem apenas
lambidas estrangeiras
na exclamação silenciosa de um olhar
que embriagado pelo amor,
ignora a existência
de todos os deuses
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