terça-feira, 2 de setembro de 2008

Perfumes

Cabeça profusão de idéias escusas
não entendo a voracidade da auto-destruição
nem tampouco a profundeza de um negro pensar
a chuva de imagens-sensações que passam dentro dessa capacidade de consciência,
são assustadoramente avassaladoras,
de tamanha força, que move o corpo a atingir um tal grau de latência
incompreensível para qualquer animal humano.

A carcaça de um ser puxado por uma consciência como essa
se move com aquele olhar estatelado e uma ausência não compreendida
pois não é ausência, e sim uma presença em não-locais taciturnos.
A capacidade de incorporar a solidão é extrema,
todos ao redor são de tamanha importância para essa vida
que a simples ausência física de tais pessoas
me promovem um mergulho.
Um Iceberg. Eu. Silêncio ensurdecedor. Noite. Frio.

Amo e odeio pessoas com uma intensidade
que só é explicada quando me vejo cercado delas
e quero sair.
Quando me vejo distante delas
e quero voltar.
Odeio escrever palavras obscuras,
elas quase fedem.

Mas qual será o cheiro das pessoas amanhã?
Acho que vou ter faro.

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