quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Considerações profissionais...

"Faço um convite - talvez mesmo um apelo aos colegas: voltemos à verdadeira Psicologia que é genuinamente social no sentido de que deve ser compromissada primordialmente com o ser humano, com a sociedade e não com o capital. Será que não estaria na hora de buscarmos uma certa utopia, que significa aquilo que ainda não teve lugar... Mas que poderá vir a ser... Talvez esteja na hora de nós, psicólogos do trabalho, tomarmos o nosso lugar de defensores da saúde física e mental dos trabalhadores frente a uma estrutura social sufocante.

A proposta de uma vida cheia de sentido implica uma outra organização societária, em que o ato laboral seja uma ação saudável, ou melhor, um espaço de liberdade e criação, no qual a dignidade humana se torne efetivamente um valor a ser considerado."

- José Roberto Montes Heloani


"mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido"


- Charles Chaplin




quando crescer quero ser ninguém
ser um grande nada
nadar sem pressão atmosférica
galgar alcançar o vácuo
e sempre ter a sensação de vazio.
completude não completa.

vou viver de poesia
e a poesia sim,
vai transformar o vil metal
em gotas de pano
que pingam em meus olhos,
e me vendam para a vida privada
mas imputam cores macias
para deliciosas e imprevistas possibilidades.

vou ser um ser humano profissional
técnico do amor
especialista em minha amante
doutor em compartilhar risadas no escuro do quarto
phd em carinhos e carícias no monótono domingo.

quero ser uma pessoa em espiral
que sobe em círculos rumo a felicidade
a ovelha utópica desgarrada,
rasgada
que vai deixar de servir o servente
e mostrar que praias e temperos
não são nada sem o tato,
só o tato faz ver e sentir o gosto da vida.

o paladar. o mar.
uma pitada de sal.

5 comentários:

Anônimo disse...

Lendo a poesia resolvi fazer uma brincadeira com alguns dos seus pensamentos, hehehe. Deixei me levar e sail alguma coisa meio melosa, mas que achei legal compartilhar com você (fonte da inspiração), rs.

[Sem título - aceito sugestões]

Quando crescer quero ser ninguém
Vagar pelas ruas, ver e não ser visto
Quando crescer quero que minhas curvas sejam como as de um violão
A cada toque um sentimento, uma resposta, uma sensação...

Vou viver de poesia
Da mais pura palavra
Sorver das letras o ar
Ar que enche meus pulmões e contamina minhas células

Quando crescer quero viajar
Viajar em seu corpo
Viajar em seus pensamentos
Viajar sem rumo
Rumo ao infinito

Quero ser grande
Grande o suficiente para parar
Parar e olhar
Sem medo de perceber e realizar

Quando crescer quero ser espiral
Espiral e espiritual
Me interligar e formar uma unidade
Depois desligar e sentir
Sentir a quebra e o recomeço

Quero ser amor
Poder amar e crer
Crer que você também me vê e quer sentir
Sentir meus cabelos, meu toque...

Quero correr entre as ruas e me fundir ao vento
Sussurar pelas paredes que sou sua
Acalentar os que dormem com sonhos de luz
Meus pulmões sufocados pelos seus beijos
Beijos que não passam de sonhos

Não quero despertar
O Sol insiste, fecho os olhos
Com a esperança de crescer
Crescer em mim
Crescer em você

Anônimo disse...

*saiu

Diogo Rezende disse...

pô... que poesia maravilhosa Luana! fiquei extremamente feliz em ver uma poesia minha desaguar em outra como a sua!

belíssimas palavras... mutíssimo obrigado por elas e pela visita!

continue aparecendo por aqui que isso só nos enriquece de palavras-sensações...

Anônimo disse...

meu grande amigo
essa poesia deve ser de todos.
ela me parece dizer daquela tal liberdade.
o misterio da vida de fato se encontra nos domingos monotonos, que pela beleza do ato, se enche de cores e o domingo passa a ser multicolorido. Tal como a propria vida.

Gabriela Maria disse...

Adorei as partes:

"vou viver de poesia
e a poesia sim,
vai transformar o vil metal
em gotas de pano
que pingam em meus olhos,
e me vendam para a vida privada
mas imputam cores macias
para deliciosas e imprevistas possibilidades."

e o trecho

"praias e temperos
não são nada sem o tato,"

foi mto expressivo, genial.