terça-feira, 26 de outubro de 2010

um nó, ou vários


me chame de qualquer coisa
meu nome hoje é o mundo
talvez eu seja de fato
o sempre o tudo e o nada
ou talvez eu seja apenas um não
só não me venha com sins
pois hoje quero me obrigar ao novo
abrir as pernas dos nãos
e procriar idéias de subsolo em atmosferas ferozes
só os nãos podem germinar o novo
quero criar quero poder quero inventar

o nunca inventado já é ultrapassado
o impossível faz tempo mora em meu coração
o que eu quero

está brincando com o impensável
não o sinto nem o falo
não está em minha imaginação


o que eu quero não é o bastante
e isso já é o bastante

mas já está perecendo

algo está por vir

abram as portas e venham ver
o que mora aqui
não está mais em ninguém
o que mora aqui
é verbo imperfeito deixando de ser passado
o que mora aqui
não está mais em casa
mas há alguns nós

quando cheguei não havia mais ninguém
só uma janela aberta

e o vento
em nós

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