domingo, 31 de outubro de 2010

barulhinho no escuro


quero poesia estranho corredor escuro
que corre em veias mortas de tanta vida

vez em quando um potente som abafado
pinta de paixão as cores de uma poesia

caminhar nesses corredores
faz cócegas nas almas dos homens mortos
derruba suas paredes de ferro medo hesitação

vamos gritar para todos os pássaros
os desejos lascivos mais humanos possíveis
no ritmo extasiante de todos os corações
tambores desses tempos mais findos que vindos

que se libertem em glória
todas as solidões que mentem caladas
as dores desses mundos farfalhando em chamas

poesia é gozo ambicioso querendo respirar
abre portas janelas telhados cabeças corpos e paisagens
até que neles,
more a mais rasgada fonte sensitiva
presente no mais simples encontro explosão

lágrima que se arrebenta no chão

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