domingo, 26 de dezembro de 2010

o fim é um cara


o fim se destrincha imponente
carregando o peso do mundo consigo
desfilando provocativo
olhando nos olhos com avidez de pássaro caçando
pescando em cada olhar que vive
todas as lágrimas ainda não caídas
e bebendo-as até se embriagar de excesso de fins

no fim de tudo
o fim não passa
de um bêbado gritando na madrugada
clamando pra si todas as dores choradas
todas as dores vividas
nos quartos, nas noites, no fundo do copo
no silêncio do peito que grita
no imenso outro que há em todos nós

o fim
se sentiu caindo eternamente
e aquele vento nos cabelos
tranbordando durações de incessante queda
era seu único suporte

mas desgrenhou todas as idéias
e
foi
o
fim

Um comentário:

Ericka disse...

"Alguma coisa explodiu, partida em cacos. A partir de então, tudo ficou ainda mais complicado. E mais real."

presente do Caio pra nós.

beijos suaves